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Dirigente diz que Benito "cuspiu no prato que comeu"Declarações do judoca ao deixar o Piauí provocaram polêmica nesta segunda-feira.

A última entrevista de Benito Mussolini Neto (até 66kg) antes dele deixar o Piauí, no último domingo (13), provocou polêmica nesta segunda-feira (14) entre os adeptos da modalidade. Para o repórter Gerson Resende, da TV Cidade Verde, o campeão declarou que estava deixando o Estado porque o judô do Piauí já estava "saturado", que treinar na Bahia seria "mil vezes melhor" e que o momento era de "adeus", e não "até breve". O assunto foi comentado nas academias, e foi rebatido pelo presidente da Federação Piauiense de Judô - FPIJ, Danys Queiroz

"O judô daqui já saturou. Já não estou saindo mais do lugar. [...] Estou saindo daqui para conseguir voltar à seleção e, quem sabe, em 2012, estar participando das Olimpíadas"

Para o dirigente, Benito foi infeliz e muito duro nas declarações. "Ele está cuspindo no prato que comeu", disse Queiroz, em referência especialmente à palavra "adeus" no final da entrevista e quando o judoca citou que seria "mil vezes melhor" treinar em Salvador. "Ele está esquecendo de olhar para trás e ser grato às pessoas que trabalharam e se preocuparam com ele", completou o dirigente, ressaltando que Benito deveria ter respeitado o trabalho dos técnicos do Estado, que o formaram e tem mais respaldo nacionalmente que os da Bahia.

O presidente disse ainda que não faltou apoio para o judoca no Piauí. "Ele tinha Bolsa-Atleta do Governo Federal. E os prefeitos Firmino Filho e Sílvio Mendes nunca se negaram a ajudá-lo. Ele é que já não queria mais treinar", declarou Danys Queiroz. O dirigente disse ainda que, nos últimos meses, Benito "se preocupou em cuidar mais da aparência física do que dos treinamentos".

Outras pessoas do meio ouvidas pelo Cidadeverde.com também discordaram das declarações de Benito. Alguns contestam até a ida dele para a Bahia, e não para um outro centro como São Paulo e Minas Gerais, de onde o judoca já havia recebido convites anteriormente. Antes de viajar, Benito alegou que as outras propostas não lhe dariam ajuda de custo que ele terá na Bahia, com alimentação, hospedagem e estudos custeados.

Fábio Limamailto:Limafabiolima@cidadeverde.com

Judocas do Piauí têm condicionamento físico de seleção brasileira

Um estudo inédito feito no Piauí comparou o desempenho físico dos judocas da seleção piauiense de 2007 e da seleção brasileira da modalidade, que disputou os Jogos Olímpicos de Atenas em 2004. O resultado do trabalho é animador, e ainda serve de reflexão: na maioria das categorias, o desempenho dos piauienses foi similar, e em alguns casos até superior, aos atletas da seleção brasileira. O que ainda falta mesmo aos judocas do Piauí é mais apoio e estrutura para competir.

O trabalho foi feito pelo educador físico Renato Ranniery Macário, e apresentado em 2007 como trabalho final em sua pós-graduação em Treinamento Físico e Desportivo. Na análise, judocas da seleção piauiense foram submetidos a vários testes físicos, ocorrendo o mesmo com os atletas da seleção brasileira. Os resultados nacionais foram enviados pela comissão técnica da Confederação Brasileira de Judô - CBJ - e confrontados com os exames feitos no Piauí.

Os dados dos testes de resistência coletados são inseridos em uma fórmula matemática que gera o índice do Teste Físico Especial de Judô. Pelo resultado, dos sete atletas da seleção piauiense masculina, quatro tiveram desempenho bem próximo aos da seleção brasileira. Um deles, Dyego Brito (até 60kg), que representará o Brasil no Sul-Americano Universitário em abril, teve resultado superior ao de Alexandre Lee, que só não disputou o Pan 2007 por conta de contusão.

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