sexta-feira, novembro 28, 2008

RESPOSTA A NEY WILSON


Ao:
Professor Ney Wilson Pereira da Silva
C / Cópia para o Presidente da Confederação Brasileira de Judô e
Presidentes de Federações Estaduais

Senhor Coordenador,

Conheço vossa senhoria de longos tempos, de sorte que posso, com cátedra, afirmar da sua retidão de princípios e de sua acentuada conduta moral e ética. Sua resposta foi perfeitamente previsível. No entanto não posso deixar de responder a algumas inserções contidas na sua missiva, que pelo seu teor, deixou de centrar-se nas irrefutáveis criticas enfocadas, para pontuar-se exclusivamente na defesa do atual presidente da Confederação Brasileira de Judô, de forma até munificente.
Na seqüência de suas ponderações, e em todo bojo de suas respostas, vossa senhoria calca-se na única idéia de que os resultados positivos conquistados pelas Federações Estaduais não são fruto do esforço dos presidentes. Parece que essa constatação foi a mola mestre para ensejar uma resposta rápida. Para tal argumento, reverbera vossa senhoria que esses resultados são frutos de uma Confederação forte, organizada e com dirigentes competentes e comprometidos.
Permita-me discordar frontalmente dessa justificativa. Percebo que vossa senhoria foi incumbido de uma dolorosa e difícil missão: Tentar justificar o injustificável.
É preciso imiscuir-se do cerne da questão. Que parcerias houve nos últimos anos entre Confederação e Federações no sentido de promover a reciclagem de seus técnicos e aprimoramento de seus atletas? Quais os cursos que foram oferecidos as Federações? Por que os cursos que constavam no calendário da Confederação não foram realizados? Dizer que a Confederação hoje tem credibilidade isso é verdade, mas não podemos associar este fato ao crescimento de algumas Federações, em especial as do Norte e Nordeste.
Falar em “Avança Judô” como elastecimento para uma formação de base sólida e de rendimento, considerando seu formato atual, é totalmente inviável. Primeiro porque o Programa já iniciou eivado de conotação política e como moeda de troca. Segundo, pelo que se depreende do projeto não houve preparação técnica dos professores, não existe uma equipe multidisciplinar e o controle é só sobre a parte financeira, não havendo nenhuma equipe de avaliação dos trabalhos desenvolvidos. Com menos tempo, e sem a “pompa” do Avança Judô, o Projeto de Flávio Canto nas favelas do Rio de Janeiro já revelou uma campeã mundial bem como outros atletas de alto nível técnico, que com certeza vão faz parte do topo da pirâmide. Por favor não venha me dizer que esse projeto tem o “dedo”da Confederação.
Falar que participar de uma seletiva “não é pouco” realmente me surpreende. Só Deus sabe o sacrifício que esses atletas que não estão no eixo Rio de Janeiro – São Paulo fez para estarem presentes na seletiva, tendo que custear passagem, hospedagem e alimentação. Oportunizar os campeões brasileiros participarem de seletivas acionais, esse sim, tem sido o grande, vistoso e propagado projeto da CBJ de alavancar o Judô de base.
Senhor coordenador, o que na verdade as federações precisam são de suporte técnico e parceria com a Confederação. Vejamos o que acontece com a Confederação brasileira de basquete. Os atletas que vão participar dos campeonatos brasileiros têm suas passagens pagas pela Confederação. A exemplo da Confederação Brasileira de Basquete, outras fazem do mesmo jeito. Perceba que muitas dessas confederações têm orçamentos e resultados internacionais inferiores a da Confederação de Judô. No caso do judô, muitos atletas com potencial, mesmo ganhando campeonato regional se vêm obrigados a desistir de sua participação no campeonato brasileiro em função da falta total de recursos para participar do evento.
Com planejamento adequado não seria tão dispendioso arcar com as passagens dos atletas classificados nos campeonatos regionais, para poderem, sem sacrifício, participar dos campeonatos nacionais. Faltam interesse e motivação da atual diretoria em contemplar as Federações através de seus atletas. Essa sim seria uma atitude prática de ajuda às federações. Falar de que a próxima gestão será dedicada às federações sem apontar uma única ação pratica não deixa de ser retórica de candidato.

Sinceramente, professor Ney Wilson, vossa senhoria não atacou de frente e substancialmente nenhum dos pontos enfocados na minha carta, a não ser a defesa dadivosa em favor do presidente da CBJ. Esperei esses dias para responder, na perspectiva de que alguns dos presidentes de federações se manifestassem, em especial os que apóiam a reeleição do atual presidente da CBJ, no sentido de fazer o contraponto as minhas afirmações, no entanto todos foram silentes, numa prova inconteste de que mesmo apoiando o senhor Paulo Wanderley, eles concordam com o teor da minha carta. É possível que algum ou alguns, instigados deliberadamente, resolvam, apesar de intempestivos, se manifestarem sobre os fatos elencados.
Por fim, entendo não ser vossa senhoria a pessoa mais indicada para responder as conjecturas firmadas na minha “carta aos presidentes”, pois na minha percepção caberia ao presidente da Confederação Brasileira de Judô imbuir-se dessa obrigação.

No mais mantenho o inteiro teor da “carta aos presidentes”, reafirmando que com o trabalho desenvolvido por vossa senhoria e equipe junto à coordenação técnica internacional, trabalho este motivo de orgulho para todos nós, sobraria tempo para o presidente da CBJ se inteirar dos problemas inerente às federações, de modo a propor e realizar ações visando minimizar essas enormes diferenças técnicas existentes entre as regiões.

Simbaldo de Almeida Pessoa
Presidente da Federação Paraibana de Judô
Membro do Comitê Pró-Chico

2 comentários:

Anônimo disse...

caros amigos,
esse é o fim do blog
já era.

Anônimo disse...

É impressionante como a expectativa de algumas pessoas é sempre provocativa,querendo alimentar a discórdia; Este anônimo esperava o quê?
Que este blog fosse tripudiar sobre o falecimento do Prof.Mota?
Não se trata de santificar o homem em função de sua morte, mas de respeitar a sua memória e a sua família;
Evidentemente que as posições políticas, filosóficas e visão democrática eram divergentes e as críticas manifestadas contundentes, diga-se que não apenas do blogueiro mas também de inúmeros frequentadores do blog, e assim permanecerão até que esta nova administração da FPJU demonstre quais serão os seus projetos para o judô pernambucano;
o Prof. Delmiro têm capacidade, conhecimento e experiência suficiente para dar sustentação político/administrativa a Profa.Jemima, criando um ambiente agregador dentro da Federação,para que os projetos (se existirem) sejam implementados; resta-nos saber se haverá vontade de fazê-lo e se os demais dirigentes não se amesquinharão por não terem sido agraciados com novos cargos e passem a obstaculizar quaisquer avanços pretendidos.
Tenho convicção de que os atletas, pais, enfim toda a comunidade judoística pernambucana, percebendo que novos ares permeiam a FPJU, não deixarão de apoiar maciçamente todos as iniciativas que dela partirem.
Esta é a minha esperança e por ela ficarei na torcida.
Feliz Ano Novo para todos.