quinta-feira, junho 21, 2007

MANIFESTO DA VERGONHA - PARTE I


Quanto começamos a publicar esse blog, tínhamos a esperança na mão e o sonho no coração.

Acreditávamos não que pudéssemos mudar a Administração do “CORONEL MOTA”, mas que pudéssemos incomodar a tal ponto que ele fosse obrigado a mudar, nem que um pouco, mas começasse a ter mais respeito pelos atletas e seus pais.

Não podemos negar que nesse sentido conseguimos conquistas, conseguimos incomodar e fazer mudar algumas coisas, embora muito poucas, mas já estamos vendo resultado de nossa ação.

Apesar de várias ameaças que recebemos, evidentemente de forma anônima, não desistimos, aliás, isso passou a ser o combustível que nos movia a continuar de forma sistemática em nosso propósito.

Nosso blog cresceu, superou nosso Estado, superou inclusive as barreiras do Brasil, sendo acessado nos EEEUU, na Europa e na Ásia.

Teve repercussão nacional, publicamos entrevistas de grandes nomes do Judô Nacional e Local, e até do Governador do Estado.

Enfim, tudo que parecia a parte mais difícil foi superada. E aí começa nossos problemas.

Criamos alguns atritos, incomodamos muita gente, fizemos muita gente se expor, fazendo colocações que deixassem bem clara qual era seu posicionamento.

Denunciamos a cobrança absurda de valores para viajar. Denunciamos inclusive o cancelamento de passagens que seriam emitidas pelo Governo do Estado. Denunciamos privilégios, perseguições, agressões contra atletas.

Mas o medo implantado pelo terror da administração do “CORONEL MOTA” é cultivado todos os dias pelos técnicos que fazem a apologia desse falso poder.

Desde o início, da primeira publicação, que hoje já supera mais de 120, estamos demonstrando clara e objetivamente a destruição do nosso esporte, do futuro do Judô Pernambucano, fez com que passássemos a ser comentado, a ser discutido, passássemos a ser referência de informações em Pernambuco.

Estamos denunciando quase que diariamente a queda de nosso judô, a destruição de sonhos de crianças, adolescentes e jovens, por esta figura nefasta que domina o judô pernambucano.

Mas, como tudo na vida tem um mas, a tradição de Pernambuco é jogada no lixo, é esquecida.

Pernambuco que na sua história tem figuras libertárias com Frei Caneca, como Felipe Camarão, entre outros, não deixou legado aos pernambucanos, hoje, são simplesmente figuras da história, esquecidas.

Os pais, que deveriam ensinar a seus filhos, os bravos guerreiros, se calam. Omitem-se, pior chegam até a dar razão ao “CORONEL MOTA” por cobranças absurdas, porque a cultura do levar vantagem, não aceitaria não ter sempre que ganhar alguma coisa, mesmo que a custa de quem não tem condições.

Pais comentam no blog, mas com pseudônimos, ou como anônimos, esquecendo que a própria Constituição do Brasil lhes assegura o Direito de Expressão. Mas o medo que impera em Pernambuco é maior que seus Direitos.

Os pais, mais interessados que seus filhos ganhem medalhas, mesmo que não tenham com quem disputar um Campeonato, mas a vaidade pessoal supera esse constrangimento.

Pais que se enganam com essas medalhas locais, pois encontram derrotas em Campeonatos Nacionais, não conseguem enxergar essas vitórias de Pirro.

Que nos corredores falam mal, ridicularizam, criticam ao grande “CORONEL MOTA”, mas que hipocritamente na frente do mesmo, baixam a cabeça e concordam com tudo.

Mais que conquistar uma Medalha de Campeonato é conquistar a dignidade, criar o espírito de competição, pois na vida, seus filhos não vão ter vitórias sem adversários. E aí que virá o impacto emocional e financeiro em suas vidas.

Pouquíssimos pais tem a coragem de enfrentar e defender seus interesses e direitos perante o “CORONEL MOTA”. Poucos pais tem esta postura.

Alguns pais, como é do meu conhecimento, chegaram a esboçar a iniciativa de querer forma uma Associação, e sei que até o Estatuto foi feito, mas faltou pais dispostos a se exporem. Pois o medo de contrariar o “CORONEL MOTA” é muito maior.

Medo é esse o legado que estão deixando para seus filhos.




Pietro Garcia



Um comentário:

Anônimo disse...

Pietro,

Sou pai e fui jodoca, e quando praticava judô posso dizer com orgulho que meus pais nunca se curvaram aos desmandos de Mota para que eu ganhasse alguma medalha.

Meu pai sempre ensinou a ter coragem, dignidade e lutar por aquilo que acredito, e é isso que ensino a meu filho.

Graças a Deus meu filho nunca quis fazer judô, hoje, ele faz natação.

No tempo que eu treinava e lutava, os judocas tinha dignidade e eram respeitados em todo o Brasil. Pernambuco era uma Delegação temida, e hoje?

Tenho pena de nossos atletas que alimentam sonhos de ilusão, alimentam a esperança de serem campeões.

Seu texto é duro e deve ter deixado muita gente irritada, e consequentemente falando mal de você. É mais fácil cupá-lo do que ter a coragem de reconhecer a verdade.

A bíblia diz o seguinte: Se queres falar com Deus, tranca-te no teu armário, conhece a ti mesmo. Deus não fala aos covardes.